quinta-feira, 4 de abril de 2013

Um pouco sobre Volmar Camargo Junior, o poeta gaúcho!

Oi gente, tudo bem? Hoje eu to aqui para falar um pouco sobre esse cara que em pouquíssimo tempo se tornou um amigo do peito. Então, o Volmar é poeta e eu fiz um pequena entrevista com ele...Confíram o vídeo em que eu falo um pouco sobre Volmar, e também uma pequena resenha de " O Balcão das Artes Impuras", além de um pouco sobre Carroll... Confere só:

Gostaram?? Legal né... Então segue o post porque tem muuuito mais!!




Volmar Camargo Junior é, além de poeta, blogueiro e vendedor de livros, na minha opinião, um amante da literatura e da vida, sabe? É uma das pessoas mais legais para se ter em uma livraria, tanto para mexer nos livros, zombar, comentar, conversar sobre, ou até quem sabe, comprá-los... Ele não disse durante a entrevista mas gosta muito de livros como Alice no País das Maravilhas e Sandman, então por esses gostos, eu tiro como conclusão que ele gosta sim de mundos paralelos e de fantasia. Porém, não perde os pés do chão, apesar de eu achar que toda aquela compostura era só um Volmar que cumpria o Regimento da Livraria.







1. Conta um pouco sobre ti e o que tu gostas de fazer.
Meu nome é Volmar Camargo Junior, nasci em Cruz Alta, uma cidade a 400 Km de qualquer lugar. Lá, também nasceram minha mãe, meu irmão e o Érico Veríssimo, não exatamente nessa sequência. Sou formado em Letras há 10 anos. Bem, nasci em 1981, durante um período histórico que pessoas da tua idade ouvem falar na aula. Era o fim da Ditadura. Isso não significa muita coisa, enfim. Mas eu assisti pela TV as Diretas, a queda do Muro de Berlim, a notícia da morte do Raul Seixas,( o primeiro Xou da Xuxa...) e o meu desenho favorito era Thundercats. Eu gostava do Snarf! Queria um pra mim. Bem, fui casado, deixei de ser. Trabalhei um baita tempo nos Correios e morei em váááários lugares do RS. Depois que saí dos Correios, morei um tempo em Florianópolis, mas em seguida vim para Pelotas, porque tinha um projeto com meu irmão, que estuda Composição Musical na UFPEL. Tenho um filho, chamado Dimitri, com minha melhor amiga e sou escritor.
Poeta, melhor dizendo. Acho que ser escritor é muito amplo. Não sei escrever de tudo... Já tentei escrever contos, mas não deu certo. Ah! Importantíssimo! Desde que vim para Pelotas, eu incomodei MUITO as pessoas da livraria onde trabalho, porque eu QUERIA trabalhar lá. Deixei um currículo em cada uma das lojas e passava uma vez por semana para ver quando abriria uma vaga. Ganhei pela insistência... rsrs.
O que eu gosto de fazer... Eu gosto muito de escrever. Muuuuuuuuito. Demais, demais, demais. O fluxo do meu pensamento é escrito, geralmente. Eu sinto que me comunico melhor escrevendo do que falando ao vivo. Escrevia cartas para meus primos e tinha amigos por correspondência quando era criança. Hoje, com toda a parafernália tecnológica, sigo escrevendo... Muitos e-mails, muitas conversas por mensagens no facebook e tem os blogs.
Desde 2008, eu sou blogueiro. Já perdi a conta de quantos blogs eu criei. Mas no ar, até hoje, são cinco: "V” (vcamargojunior.blogspot.com),“Pragas Urbanas Renitentes”(pragasurbanasrenitentes.blogspot.com.br),“Verbo”(poeticaipsisverbis.blogspot.com), “O Balcão das Artes Impuras” (dasartesimpuras.blogspot.com) e “Um Resto de Café Frio” (http://restodecafefrio.blogspot.com.br). 

2.Como as inspirações surgem?
Então, vou tentar explicar, porque também não sei bem como isso funciona...
Uma vez se disse (entre pessoas amigas, que também escrevem) que: “Quanto pior a vida do poeta, melhores são os seus poemas...”. Talvez seja um pouco de exagero, mas momentos críticos tendem a ser muito mais intensos: sentimentos e reflexões mais profundas, coisas encaradas com mais firmeza, ou mais jogo de cintura, e isso acaba refletindo na minha produção. Mas, eu não sou disciplinado. Não sou eu quem decide: “Hoje, vou escrever.”. Não é uma inspiração divina, nem nada assim... São os poemas que decidem a hora que querem ser escritos e eu os despejo. Em muitas páginas, ás vezes de uma vez só, quatro, cinco poemas. Péssimos... Ás vezes muito confusos... Trabalhar sobre eles, fazer mudanças, escolher melhor as palavras, aí sim. Isso leva tempo.

3.Como tu te sentes em relação a ter teu primeiro livro publicado?
Desde que comecei a escrever, eu tinha a opinião de que a obra é mais importante que o artista e que ela ser publicada, significa ‘torná-la pública’. Não considerava meus blogs um lugar para despejar apenas os meus sentimentos e meu cotidiano (aliás, ainda não considero...). Cada blog tem um começo e um fim. Mas eu penso também que esse ‘lugar’ que é a internet, esse meio, pode não durar para sempre. A história dos meios eletrônicos é muito, muito recente, não tem nem trinta anos. Então, sabe... É por respeito ao que eu escrevi, e por desejo, sei lá, que mais pessoas, em algum outro tempo no futuro, possam saber desses poemas, ler esses poemas, por isso pensei em publicar em livro.
Não que eu pense que seja uma obra-prima, uma coisa insubstituível que as pessoas vão delirar quando lerem... Não é isso. Mas, é por pensar que eles, os poemas, merecem. Eu gosto quando as pessoas gostam do meu livro, fico lisonjeado de verdade, mas não o publiquei para aparecer, ou para ganhar dinheiro com ele. (Mas não fico chateado se ele vender alguns milhares de exemplares... rsrs)



















4. Quais sãos os teus autores/temas favoritos?
Foucault. Sabe, ele é impagável. Um tema dele, especificamente, me atrai muito desde que comecei a lê-lo, é sobre como as pessoas se constroem/são construídas. A visão dele sobre psicologia. Mas, doutros autores... Em prosa, eu gosto muito do Realismo Mágico (ou Realismo Fantástico) e desses autores, meu favorito é Gabriel García Márquez (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Garc%C3%ADa_M%C3%A1rquez). Em poesia, eu leio tudo o que posso. Meu poeta “medalhão” do coração é o Drummond (http://www.carlosdrummond.com.br) , mas há grandes poetas não tão conhecidos... Ou, sei lá, não tão festejados, como o Roberto Piva (uma entrevista dele na CULT:http://revistacult.uol.com.br/home/2010/08/entrevista-roberto-piva/) e a Angélica Freitas (que é de Pelotas) (http://editora.cosacnaify.com.br/Autor/177/Ang%C3%A9lica-Freitas.aspx)  e poetas blogueiros, como eu, gente que conheço pessoalmente como a Ju Blasina (http://jublasina.blogspot.com.br) , a Marcia Szajnbok (http://marcia-poeticamente.blogspot.com.br) , a Daniela Delias (http://danidelias-poesia.blogspot.com.br)  e o Valder Valeirão (http://biografiadosujeitooculto.blogspot.com.br).




















5. Bom, para finalizar então, como tu achas que a literatura pode mudar a sociedade e o que tu dirias para os amantes dos livros e os aspirantes a escritores?
A Literatura influencia os indivíduos. Ou melhor, as pessoas se permitem, se deixam ser invadidas por ela, e a buscam, querendo mais dela quando percebem as suas dimensões – ela é infinita. Mas não está em todos os lugares, entende? É difícil dizer onde ela está. Eu posso dizer com absoluta que o Nicholas Sparks gostaria que ela estivesse nos seus livros, e que o Gabriel García Márquez, antes de ficar senil, nunca se preocupou muito porque ele SABIA que ela estava nos livros dele. Não é discriminação, é distinção. Há obras que te fazem crescer, e autores que têm a capacidade de escrever obras assim, que as pessoas durante cem, duzentos, mil anos, vão lê-las e vão crescer com a experiência de tê-las lido. E há obras que não.
Então, eu diria para quem ama livros, é ter seus autores preferidos. Sim, escolher a quem amar – sem odiar os outros, por favor. Você não precisa odiar “Cinquenta Tons de Cinza” (mas não precisa lê-lo!), não vai mudar a sua vida. “O Lobo da Estepe” VAI mudar sua vida, “Cinquenta Tons de Cinza” não vai. Sem preconceitos, mas é bom ter conceitos. Mas, não ser duro nesses conceitos, sabe? Dá para mudar de ideia. Há quem diga “literatura de fantasia é uma droga, coisa alienante.”, mas AI DE QUEM FALE  de Tolkien na minha frente!!!! O Drummond também escreveu poemas bem ruinzinhos...
Tem muita gente que põe tudo no mesmo saco, na cabeça de muita gente que faz distinções preconceituosas (e não conceituais...), ’50 tons’ e ‘O Senhor dos Anéis é a mesma coisa... Literatura para vender.
Para aspirantes a escritores, a dica é bem, mas BEM simples que depende de duas atividades: ler muito e escrever muito. Dar uma chance para alguns livros... Eu me basto ao primeiro parágrafo para saber se vou ou não gostar de um romance (poesia já mais difícil...). Para mim, me basta... Afff... Coisa séria isso de escrever espontaneamente...

Bom gente, foi isso! Eu espero que vocês tenham gostado e como vocês perceberam, ele gosta mesmo de escrever hehehe Enfim galera, eu recomendo a leitura desse cara porque como eu já disse no vídeo ele é um querido e merece todo o apoio!! Muito Obrigada pela atenção! Se cuidem e até mais!!

por gezebel nunes mussi

2 comentários:

  1. Parabéns aos dois pela entrevista! Minha filha é uma felizarda em compartilhar tua amizade. Peguei o endereço dos teus blogs e vou acompanhá-los. um abraço.
    PS: Que saudade da Vanguarda!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E tu, uma felizarda por seres mãe dela, Ana!

      Excluir