sábado, 9 de março de 2013

Ponta da Sapatilha: Entrevista com Dandara Espíndola!

Oi gente, tudo bem? Para abrir a sessão Ponta da Sapatilha, eu decidi começar com uma entrevista com uma amiga minha, para mim, uma das melhores bailarinas que eu conheço e eu acho que ela tem uma mensagem bastante interessante para passar para as pessoas. Ela vive e ama aquilo que ela faz e isso, é muito importante para quem dança. Talvez não só para a dança, mas por ser uma arte tão íntima, o trabalho com teu próprio corpo, o amor é fundamental.



Dandara Bueno Espíndola é uma gaúcha e tem 16 anos. Ela dança há cerca de 10 anos. Tem uma história de vida incrível, além de ser uma menina simples, meiga, espontânea, intuitiva e especial. Ela é como toda adolescente, cuida das unhas, adora chocolate, tem o hábito de ler e ver filmes de romance, em especial o filme ...E O Vento Levou!, gosta muuuito de gatos, tem um namorado super querido, enfim, ela tem um coração de ouro que já passou por poucas e boas. Nesse último ano de 2012, ela teve separada de sua dança devido uma lesão no joelho e agora em 2013, voltando com toda a força e disposição, ela mostra que seu coração é completamente entregue a Arte!

1)    O que a Dança é pra ti hoje? Esse conceito já mudou ao longo do tempo enquanto tu amadurecias, ou sempre foi algo, digamos especial ou importante?

 Acho que eu não pensava muito sobre isso antes, era prazeroso, desafiador e eu adorava praticar... Além disso, eu dava ouvidos ao que diziam: “É só um hobby, quando tu tiveres que pensar nas coisas do teu trabalho de verdade, tu não vai ter tempo para levar isso a sério.” (minha irmã). Com o tempo, o que aconteceu foi que, comecei a entender, que não queria o Ballet em segundo plano, não queria fazer outra coisa. Me doía pensar que eu teria que abrir mão de algumas aulas ou ensaios por qualquer outra coisa, porque nada me daria tanto prazer. Foi então que comecei a perceber que o Ballet já significava demais para eu apenas ter como um hobby. Hoje... Bem... Sem minha Arte eu apenas, sobrevivo. O Ballet é a única forma que sei viver de verdade agora. É o momento em que posso me encontrar, é quando eu não preciso lutar com o que penso e sinto só preciso me entregar ao passo de corpo e alma... é a minha forma de deixar a vida mais bela e essa é a forma que quero levar a vida.

























     2) Como é que tu te sentes quando tu danças? Como teu corpo reage aos passos, à música, enfim...? 
Me sinto livre. Livre da realidade e acho que é por isso que vicia tanto.  Acredito que tenha os efeitos de uma droga, só que te faz bem. Mas incrível mesmo é durante aqueles segundos no palco, que se tu estás realmente segura do que tu ensaiaste,  não precisas te preocupar com nenhum passo. É como se tu pudesses sentir o céu!

"Deixamos a canção nos levar onde as emoções afloram e o corpo as segue" - Taís Botelho
























                    3)Como tu achas que a Dança ou a Arte de um modo geral, pode influenciar na vida das pessoas? Digo, como ela poderia ser vista pela sociedade?

Tive uma professora incrível que dizia: "Vocês vão conviver muito mais com Arte do que com seno e cosseno!". As pessoas deveriam perceber que o ensino das Artes pode fornecer muito mais para a nossa formação como seres humanos, do que as fórmulas que decoramos em Física. Nossa cultura perde muito por não entendermos e não darmos valor a Arte.

















4) Que papel tu te identificas em todas as histórias do Ballet, ou que tu não te identifiques, mas que tu aches relevante e que tu sintas que a personagem te traz uma essência, uma originalidade?
















Swanilda, mais que todas. Apesar de amar a Giselle e a Clara, a Swanilda tem algo mais! Ela tem energia, mas não como a Kitri. Ela não apela, por assim dizer.
Ela é explosiva, não tem tanta puritanidade, ela é mais impulsiva, mais ou menos isso?
Ela é do jeito que é, feliz, mas meio emburrada, ciumenta, curiosa e protege o que tem. Não acho ela explosiva como a Kitri, ela ainda tem um toque meigo. É por isso que eu não gosto muito da Natalia Osipova como Swanilda.
























Coppélia é uma apresentação especial para mim, pois foi a primeira que eu assisti inteira. A versão que eu tinha era do Australian Ballet, com a Lisa Pavane. Para mim, ela é a Swanilda perfeita, com todas as características que já falei. Quando o Dr. Coppelius descobre que a Coppélia verdadeira está caída atrás de seu banquinho, e Swanilda está se passando por ela, ele a pega, valsa com ela e se senta abraçado com ela se lamentando. A Swanilda dessa versão mostra sua mais bela característica. Ela põe a mão no coração e começa se aproximar dele tocada com o que aconteceu! Depois de tudo, ela é boa também!






















5)      5)O que tu dirias como conselho, para aquelas bailarinas principiantes, em ascensão, as bailarinas que estão lesionadas ou se recuperando de lesões e aquelas que ainda querem entrar para esse mundo da dança e da arte?

“Sonhos existem para tornarem-se realidade.” E “O impossível é só questão de opinião.”
E para aquelas que estão mergulhadas em sucesso?
~~Olhar de admiração~~
Parabéns pela coragem... ou pela sorte...


























Bom, gente, essa foi a Ponta da Sapatilha de hoje. Eu espero que vocês tenham gostado e percebido que a dança não é só o que se vê nos palcos. A dança é parte da (o) bailarina, é aquilo que ela carrega no coração, com amor, dedicação, é um estilo de vida. É também uma das formas mais íntimas de contato consigo mesmo. Eu desejo para aqueles principiantes que estão pensando em entrar para esse mundo, que realmente desejam essa beleza, que se dediquem, porque com amor e dedicação, nada tem como dar errado!

Obrigada pela atenção e não esqueçam de comentar!

por gezebel nunes mussi


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