Dandara Bueno Espíndola é uma gaúcha e tem 16 anos. Ela dança há cerca de 10 anos. Tem uma história de vida incrível, além de ser uma menina simples, meiga, espontânea, intuitiva e especial. Ela é como toda adolescente, cuida das unhas, adora chocolate, tem o hábito de ler e ver filmes de romance, em especial o filme ...E O Vento Levou!, gosta muuuito de gatos, tem um namorado super querido, enfim, ela tem um coração de ouro que já passou por poucas e boas. Nesse último ano de 2012, ela teve separada de sua dança devido uma lesão no joelho e agora em 2013, voltando com toda a força e disposição, ela mostra que seu coração é completamente entregue a Arte!
1) O que a Dança é pra ti hoje? Esse conceito já mudou ao longo do tempo enquanto tu amadurecias, ou sempre foi algo, digamos especial ou importante?
Acho que eu não pensava muito sobre isso
antes, era prazeroso, desafiador e eu adorava praticar... Além disso, eu dava
ouvidos ao que diziam: “É só um hobby, quando tu tiveres que pensar nas coisas
do teu trabalho de verdade, tu não vai ter tempo para levar isso a sério.” (minha
irmã). Com o tempo, o que aconteceu foi que, comecei a entender, que não queria
o Ballet em segundo plano, não queria fazer outra coisa. Me doía pensar que eu
teria que abrir mão de algumas aulas ou ensaios por qualquer outra coisa,
porque nada me daria tanto prazer. Foi então que comecei a perceber que o
Ballet já significava demais para eu apenas ter como um hobby. Hoje... Bem... Sem
minha Arte eu apenas, sobrevivo. O Ballet é a única forma que sei viver de verdade
agora. É o momento em que posso me encontrar, é quando eu não preciso lutar com
o que penso e sinto só preciso me entregar ao passo de corpo e alma... é a
minha forma de deixar a vida mais bela e essa é a forma que quero levar a vida.
2) Como é que tu te sentes quando tu danças? Como
teu corpo reage aos passos, à música, enfim...?
Me sinto livre. Livre da realidade e acho que é por isso que vicia
tanto. Acredito que tenha os efeitos de
uma droga, só que te faz bem. Mas incrível mesmo é durante aqueles segundos no
palco, que se tu estás realmente segura do que tu ensaiaste, não precisas te preocupar com nenhum passo. É
como se tu pudesses sentir o céu!
"Deixamos a
canção nos levar onde as emoções afloram e o corpo as segue" - Taís Botelho
3)Como tu achas que
a Dança ou a Arte de um modo geral, pode influenciar na vida das pessoas? Digo,
como ela poderia ser vista pela sociedade?
Tive uma professora incrível que dizia: "Vocês vão conviver muito
mais com Arte do que com seno e cosseno!". As pessoas deveriam perceber
que o ensino das Artes pode fornecer muito mais para a nossa formação como
seres humanos, do que as fórmulas que decoramos em Física. Nossa cultura perde
muito por não entendermos e não darmos valor a Arte.
4) Que
papel tu te identificas em todas as histórias do Ballet, ou que tu não te
identifiques, mas que tu aches relevante e que tu sintas que a personagem te
traz uma essência, uma originalidade?
Swanilda, mais que todas. Apesar de amar a Giselle e a Clara, a Swanilda
tem algo mais! Ela tem energia, mas não como a Kitri. Ela não apela, por assim
dizer.
Ela é explosiva, não tem tanta
puritanidade, ela é mais impulsiva, mais ou menos isso?
Ela é do jeito que é, feliz, mas meio emburrada, ciumenta, curiosa e
protege o que tem. Não acho ela explosiva como a Kitri, ela ainda tem um toque
meigo. É por isso que eu não gosto muito da Natalia Osipova como Swanilda.
Coppélia é uma apresentação especial para mim, pois foi a primeira que
eu assisti inteira. A versão que eu tinha era do Australian Ballet, com a Lisa
Pavane. Para mim, ela é a Swanilda perfeita, com todas as características que
já falei. Quando o Dr. Coppelius descobre
que a Coppélia verdadeira está caída atrás de seu banquinho, e Swanilda está se
passando por ela, ele a pega, valsa com ela e se senta abraçado com ela se
lamentando. A Swanilda dessa versão mostra sua mais bela característica. Ela
põe a mão no coração e começa se aproximar dele tocada com o que aconteceu!
Depois de tudo, ela é boa também!
5) 5)O que
tu dirias como conselho, para aquelas bailarinas principiantes, em ascensão, as
bailarinas que estão lesionadas ou se recuperando de lesões e aquelas que ainda
querem entrar para esse mundo da dança e da arte?
“Sonhos existem para tornarem-se realidade.” E “O impossível é só
questão de opinião.”
E para aquelas que estão
mergulhadas em sucesso?
~~Olhar de admiração~~
Parabéns pela coragem... ou pela sorte...
Bom, gente, essa foi a Ponta da Sapatilha de hoje. Eu espero que vocês tenham gostado e percebido que a dança não é só o que se vê nos palcos. A dança é parte da (o) bailarina, é aquilo que ela carrega no coração, com amor, dedicação, é um estilo de vida. É também uma das formas mais íntimas de contato consigo mesmo. Eu desejo para aqueles principiantes que estão pensando em entrar para esse mundo, que realmente desejam essa beleza, que se dediquem, porque com amor e dedicação, nada tem como dar errado!
Obrigada pela atenção e não esqueçam de comentar!
por gezebel nunes mussi
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